quarta-feira, 17 de março de 2010

O terremoto e o vinho do Chile


Muito se falou dos prejuízos causados pelo terremoto, mas pouco se falou do impacto sofrido pelas vinícolas chilenas. Os fortes abalos comprometeram a colheita e a elaboração de vinhos da safra 2010, destruindo vinhedos, instalações e estoques. Segundo René Merino, presidente da companhia “Viños de Chile”, os tremores teriam ocasionado um prejuízo de 125 milhões de litros, ou aproximadamente US$ 250 milhões, o que corresponde a 12,5% da produção de 2009.

Mais de 70% das adegas ficam em áreas afetadas pelo terremoto, e a companhia privada, que agrega 92% da produção total, afirmou que as perdas podem ser ainda maiores, mesmo que quatro dias após o abalo as cadeias de engarrafamento já se encontravam em operação. Muitos tanques de aço cheios de vinho desabaram. As regiões mais afetadas são Maule e Bió-Bió. Em Maipo, Aconcagua e Limarí os danos foram mais reduzidos. Vinícolas como Casa Silva,Viu Manent, Miguel Torres, Montes, Lapostolle perderam tanques, barricas e vinhos engarrafados.

Muitas bodegas são construídas em paredes de adobe, que funciona como isolante térmico. Essas construções já resistiram a outros tremores, mas agora desabaram, danificando barricas e estoques. Quanto aos vinhedos, sistemas de condução caíram, com parreiras carregadas às vésperas da colheita, mas não se esperam grandes perdas nessa área.

Os prejuízos podem refletir fortemente na disponibilidade de vinhos da safra 2010. Com esta situação, é possível que os preços dos vinhos chilenos sejam afetados no mercado internacional, ou pelo menos haja dificuldades na disponibilidade dos produtos. As condições das estradas e portos do Chile também prejudicam o embarque dos primeiros contêiners de 2010. Por isso, é melhor garantir e fazer um estoque em casa de algumas garrafas dos excelentes vinhos chilenos.

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