segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Encontro das Pequenas em BH

O mundo gira, cada um vai para um canto e, quando a gente percebe, acabamos nos distanciando de pessoas muito queridas. Felizmente, nunca é tarde para recuperar o tempo perdido. Na faculdade, éramos um grupo de nove amigas, as "pequenas", que andavam sempre juntas. Algumas mudaram de BH, outras por aqui ficaram, mas nunca mais fizemos uma reunião. O revival começou através de contato via Facebook com a amiga Paula Amaral, que mora em Brasília. Prometi no Mural de Recados cozinhar para ela e para as outras pequenas... Fizemos um ensaio do grande encontro no dia 7 de setembro, e marcamos a data do oficial para o dia 26 de setembro. Foi uma delícia!! Pena que três não puderam participar, mas deu para matar saudade e colocar o papo em dia.

Para essa ocasião especialíssima, fiz para as meninas o famoso sanduíche francês, croque monsieur, com receita do Claude Troisgros. Existem algumas variações. O Olivier Anquier, por exemplo, faz o croque com brioche, ao invés de pão de forma, e usa um creme de ovos e creme de leite, no lugar do molho branco. Faça a receita que você achar melhor. De sobremesa, crumble de morangos do Technicolor Kitchen, servido com sorvete de creme. Novamente, o crumble pode ser feito com diversas frutas, como pera, maçã, nectarina. Use a imaginação.

Croque Monsieur


(para uma pessoa)

Ingredientes:
2 fatias de pão de forma
100g de molho bechamel
1 fatia de presunto cozido
1 fatia de queijo gruyere ou tipo suíço
50g de queijo tipo suiço ralado

Modo de fazer:
Tostar o pão de forma de um só lado. No lado branco, passar molho bechamel e colocar uma fatia de presunto cozido e uma fatia de queijo gruyere. Cobrir com molho bechamel e queijo suiço ralado. Gratinar no forno a 180º por 10 minutos.

Molho bechamel
Ingredientes:
30g de manteiga
30g de farinha de trigo
375 ml de leite
Noz moscada
Sal
Pimenta

Modo de fazer:
Derreter a manteiga e acrescentar a farinha de trigo. Deixar cozinhar por 5 minutos, misturando sempre. Adicionar o leite fervendo, deixar cozinhar até engrossar. Temperar com sal, pimenta e noz moscada.



Crumble de morango


(para duas pesssoas)

Ingredientes

185g de morangos, sem os cabinhos e cortados ao meio no sentido do comprimento
1 colher (sopa) de açúcar refinado
½ colher (sopa) de suco de limão siciliano – usei limão verdinho
3 ½ colheres (sopa) - 49g - de manteiga sem sal, gelada e picada
½ xícara + 1 colher (sopa) - 80g - de farinha de trigo
3 ½ colheres (sopa) - 42g - de açúcar refinado
1 pitada de sal

Modo de preparo

Pré-aqueça o forno a 180°C.
Unte com manteiga dois potinhos refratários com capacidade para 1 xícara (240ml) cada. Divida os morangos entre eles, salpique cada um com ½ colher (sopa) de açúcar e regue com o suco de limão.
Coloque a manteiga, a farinha, o açúcar e o sal numa tigela e, usando as pontas dos dedos, vá unindo a manteiga aos ingredientes secos, até obter uma farofa grossa. Espalhe esta farofinha sobre os morangos, coloque os potinhos numa assadeira e leve ao forno por 25-30 minutos ou até dourar. Sirva morno com creme de leite fresco, iogurte natural ou sorvete de creme.

domingo, 3 de outubro de 2010

Iscas de contra-filet ao molho de gorgonzola

Ingredientes

1kg de contra-filet cortado em tiras
Manteiga
Sal e pimenta do reino a gosto
150 g de gorgonzola em pedaços pequenos
1 caixa de creme de leite
Noz moscada e pimenta do reino a gosto

Modo de preparo

Aqueça um pouco de manteiga em uma frigideira e frite as tiras de carne aos poucos, para não dar água. Repita a operação até acabar a carne. Tempere com sal e pimenta do reino. Em fogo baixo, derreta o queijo em uma panela, junte o creme de leite e tempere com noz moscada e pimenta do reino a gosto. Junte a carne e cozinhe um pouco em fogo baixo. Sirva com rodelas de pão de forma.

Papas bravas

As batatas bravas, ou papas bravas, é um petisco típico da Espanha, servido em bares de tapas por todo o país. As variações da receita são muitas. Geralmente frita-se os cubos de batatas, que são servidos com dois tipos de molho, um de tomate, picante, e outro de maionese a base de azeite e alho, o aioli, ou alioli. Para uma versão mais saudável, ao invés de fritar, assei as batatas. Servi somente com a “salsa brava”, que coloquei em potinhos.

Ingredientes

800 g de batatas médias
Azeite, sal e pimenta do reino a gosto
½ cebola pequena
1 dente de alho
1 lata (400g) de tomate pelati
1 colher de café de páprica picante
1/2 colher de café de páprica doce
1 colher de café de vinagre de xerez
Tabasco (molho de pimenta) a gosto

Modo de Preparo

Descasque as batatas e corte-as em cubos com cerca de 2 cm. Coloque numa panela, cubra com água, salgue, leve ao fogo, deixe levantar fervura e cozinhe até que elas estejam macias, mas sem desmanchar. Escorra e deixe esfriar um pouco. Em um tabuleiro, junte a batata, regue com azeite e tempere com sal e pimenta do reino. Misture para cobrir a batata com o azeite. Asse em forno quente (200 a 220 graus), até que os cubos estejam dourados (20 a 25 minutos).

Faça o molho que dá nome às bravas: refogue alho e cebola no azeite, junte 1 lata de tomates pelados picados e cozinhe por 15 minutos em fogo brando. Tempere com sal e pimenta do reino. Junte a páprica doce e a picante, até  sentir que ficou ardidinho na medida do seu gosto. Coloque o vinagre e o tabasco. Passe o molho para um ou mais potinhos e sirva com as batatas assadas.

Lingüiça calabresa com cebola caramelada

Reproduzi a receita do blog Mixirica, mas sem o pimentão vermelho, por causa de praticidade mesmo. Fiquei com preguiça de assar o pimentão, tirar a casca, cortar em fatias... Acho até que fique ainda mais gostoso com ele, mas sem já ficou delicioso.

Ingredientes

1 pacote (500g) de linguiça calabresa fina enrolada
2 cebolas grandes
1 colher de sopa de açúcar
azeite, sal e pimenta do reino a gosto

Modo de preparo

Leve ao fogo as cebolas cortadas em finas fatias uniformes, com um pouquinho de azeite e sal, e deixe cozinhando em fogo baixo até amolecerem bem. Acrescente o açúcar e cozinhe até dourarem bonitas. Junte então a linguiça cortada em rodelas finas e frite até que ela esteja dourada. Tempere com a pimenta e verifique se precisa de mais sal. Sirva a palito ou acompanhado de pão de sal em rodelas.


Involtine de berinjela, tomate seco, queijo canastra e manjericão

Esse petisco é facilmente encontrado em diversos bares, mas nunca tinha feito em casa. Geralmente usa-se muçarela de búfala, mas usei queijo canastra. O bom é que dá para fazer com antecedência e deixar na geladeira até o momento de servir, de preferência com molho (redução) de vinagre balsâmico. Peço desculpas pela imprecisão das quantidades na receita.

Ingredientes

3 berinjelas pequenas
Azeite, sal e pimenta do reino
Queijo canastra
Tomate seco
Manjericão fresco
100 ml de vinagre (aceto) balsâmico
1 colher de café de açúcar cristal

Modo de preparo


Corte a berinjela em fatias finas, no sentido do comprimento, e grelhe dos dois lados no azeite, em uma chapa ou frigideira. Passe as fatias para uma travessa e tempere com sal e pimenta do reino. Recheie com um cubo de queijo, que tenha o mesmo comprimento da largura da fatia de berinjela, tomate seco picadinho e folhas de manjericão fresco. Enrole a fatia e prenda com um palito. Para fazer o molho, numa panela de boca larga, reduza o balsâmico com o açúcar em fogo baixo até que chegue a 20% do volume inicial. Espalhe o molho por cima dos rolinhos e sirva.

Happy hour do Marketeam

No último final de semana recebemos aqui em casa a turma do Marketeam. O maridão, que é professor de marketing, criou um grupo de estudos com alguns de seus ex-alunos, que se reúne mensalmente para discutir cases e desenvolver projetos.

No momento, o grupo está trabalhando com o tema cervejas especiais, pensando estratégias de posicionamento para uma cervejaria artesanal. É claro que o encontro tinha que ser regado a boas cervejas e bons petiscos. Para harmonizar com a Heineken, Carolweiss Hefe-Weiss, Taberna ESB, Abadia das Gerais Tripel, Wals Tripel e Brooklyn Brown Ale, preparei involtine de berinjela, tomate seco, queijo canastra e manjericão; lingüiça calabresa com cebola caramelada; papas bravas; iscas de contra-filet ao molho de gorgonzola e, para a sobremesa, bolo brownie de chocolate com sorvete de creme.

Involtine de berinjela, tomate seco, queijo canastra e manjericão
Linguiça calabresa com cebola caramelada
Papas bravas
Iscas de contra-filet ao molho de gorgonzola
Bolo brownie de chocolate com sorvete de creme
Foi um prazer cozinhar para a turma, que se esbaldou!!!

As receitas seguem nos próximos posts, menos a do bolo brownie, que já está aqui.

Penne com tomate cereja, queijo canastra e orégano

Assim como a maioria das mulheres que têm jornada dupla, às vezes dá preguiça chegar em casa e ainda partir para a cozinha para preparar o jantar. No entanto, há saídas para a falta de tempo e cansaço, como esse penne com tomate cereja, queijo canastra e orégano que preparei outro dia. É rápido, fácil e gostoso, e você pode servi-lo quente ou frio.

Ingredientes


(para 2 pessoas como prato principal)

200g de massa tipo penne
1 xícara e meia de tomates cereja cortados ao meio
1 xícara de queijo canastra cortado em cubinhos
2 dentes de alho picadinhos
2 colheres de sopa de azeite
Sal, orégano seco e pimenta do reino a gosto

Modo de preparo

Cozinhe o macarrão segundo as instruções do pacote, escorra e reserve. Aqueça o azeite em uma frigideira, junte o alho e deixe dourar um pouco. Coloque os tomates e deixar cozinhar por 5 minutos. Tempere com sal, pimenta e orégano. Junte o macarrão cozido e misture bem, até aquecê-lo e cobri-lo com o azeite e os tomates. Salpique os cubinhos de queijo e sirva.



O melhor do Guia Quatro Rodas 2011

Foto: Capa do Guia Brasil 2011 e detalhe do Theatro Municipal do Rio de Janeiro - Crédito: divulgação/Fernando Lemos

O Guia Quatro Rodas sempre fez parte das viagens de férias da minha família, com informações precisas e ótimas dicas de hospedagem e alimentação. A versão 2011 já está a vendas nas bancas ou pela internet, por R$ 29,90, e traz novos roteiros de viagens, mapas com a condição das estradas e os principais acessos, além de informações de como circular e o que fazer nas cidades superturísticas.

O Guia tem mais de 230 opções de restaurantes estrelados, as receitas dos grandes chefs e a nova seção de “Comes e Bebes”. Quem quer economizar nas viagens pode consultar a lista de hotéis econômicos, albergues e guesthouses. Quem procura sossego vai direto às Pousadas Agradáveis. São 12.700 lugares em 900 cidades.

No dia 20 de setembro aconteceu a premiação dos melhores hotéis, restaurantes e atrações do ano publicados no Guia Brasil 2011. Foram 14 categorias principais, além de homenagens às casas da elite gastronômica brasileira.


Entre os vencedores, o Instituto Inhotim, em Brumadinho, foi eleito a melhor atração e o Theatro Municipal do Rio de Janeiro, a novidade do ano. Na cena hoteleira, o Breezes Búzios Resort & SPA ficou com o prêmio de melhor resort. Simon Lau, que comanda a cozinha do restaurante Aquavit de Brasília, foi eleito o chef do ano.

Os vencedores do Prêmio Guia Quatro Rodas Brasil 2011

ATRAÇÕES
Novidade do Ano: Instituto Inhotim (Brumadinho, MG)
Atração do Ano: Theatro Municipal (Rio de Janeiro, RJ)

HOTÉIS
Novidade do Ano: Kenoa Exclusive Beach SPA& Resort (Barra de São Miguel, AL)
Pousada do Ano: Pousada Bendito Seja (Praia do Espelho, BA)
Resort do Ano: Breezes Búzios Resort & SPA (Búzios, RJ)
Hotel de Luxo do Ano: Lake Villas Charm (Amparo, SP)
Hotel para Eventos do Ano: Sheraton São Paulo WTC (São Paulo, SP)
Spa em Hotel do Ano: 7 Voltas Spa Resort (Itatiba, São Paulo)
Hotel Sustentável do Ano: Fazenda Campo dos Sonhos (Socorro, SP)

RESTAURANTES
Chef do Ano: Simon Lau (Aquavit, Brasília, DF)
Chef Revelação: Thiago Castanho (Remanso do Peixe, Belém, PA)
Restaurateur do Ano: Paulo Geremia (Casa di Paolo, Bento Gonçalves, RS)
Novidade do Ano: Tre Bicchieri (São Paulo, SP)
A Melhor Carta de Vinhos: Durski (Curitiba, PR)

OS RESTAURANTES 3 ESTRELAS
Antiquarius (Rio de Janeiro, RJ)
D.O.M. (São Paulo, SP)
Fasano (São Paulo, SP)
Le Pré Catelan (Rio de Janeiro, RJ)
Locanda della Mimosa (Petrópolis, RJ)
Olympe (Rio de Janeiro, RJ)


Em Belo Horizonte, nenhum restaurante 3 estrelas. O Vecchio Sogno, do chef Ivo Faria, tem duas, e o restante das casas, apenas uma. Confira a lista dos estrelados de BH:

A Favorita
Alguidares
Amigo do Rei
D'Artagnan
Fogo de Chão
Gomide
Hermengarda
Splendido (Flat Volpi Residence)
Taste-Vin
Vecchio Sogno
Xapuri

Para saber mais: www.premioguiabrasil.com.br

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Novidades nas cozinhas de BH

Em setembro, os restaurantes Villa Madalena e Santa Fé promoveram mudanças no comando das cozinhas e também em seus cardápios. O chef Gervázio Lenes, por 16 anos à frente do Santa Fé, assume o Villa. No seu lugar entra a chef Carolina Amorin, ex La Pasta Gialla.

O Villa conta agora com opções de bruschettas assadas no forno a lenha, paninos e focaccias como as de aliche, parmesão e marguerita (de R$ 9,80 até R$24,80). Já no Santa Fé, famoso pelo seu buffet de saladas, Carolina incluiu no menu pratos como camarão ao molho de manga com risoto de limão siciliano (R$ 67,80), filé de tilápia ao molho de maracujá com arroz negro (R$ 29,80), dourado ao pomodoro com papardelle ao pesto (R$47,80),  e crepe  com carpaccio de frutas.

Camarão ao molho de manga com risoto de limão siciliano, uma das novidades do cardápio do Santafé

SERVIÇO:

Villa Madalena Pizza e Tratoria
Rua Pernambuco, 1041, Savassi
Tel: (31) 3261 1522

Restaurante Santa Fé
Rua Santa Rita Durão, 1000, Savassi
Tel: (31) 3261 6446

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Tostado (torta) de maçã

Esta sobremesa é rápida e fácil de preparar, atraente e barata, e você não precisa fazer a tampa da torta! Se possível, combine diversas variedades de maçãs para conferir uma intensidade mais complexa de sabores e texturas. Eu usei maça verde, fuji e gala, duas de cada.


(para 8 pessoas)


Ingredientes


Manteiga sem sal, para untar a assadeira
3 colheres de sopa ou 45g de manteiga sem sal
1 kg ou seis maçãs, descascadas, sem o miolo e cortadas em 8 fatias iguais, no sentido do comprimento
2 colheres de sopa de suco de limão, espremido na hora
1/2 colher de chá de canela em pó
1 1/2 colher de chá de essência de baunilha
2 ovos grandes, em temperatura ambiente
6 colheres de sopa de açúcar refinado
1 xícara de chá de creme de leite grosso

Modo de preparo

Preaqueça o forno a 200ºC. Unte generosamente com manteiga o fundo e os lados de uma assadeira refratária. Reserve. Numa frigideira grande, junte a manteiga, as maçãs, o suco de limão e metade da canela, e cozinhe até que as maçãs estejam macias (cerca de 7 minutos). Junte 1/2 colher de chá de essência de baunilha e misture. Passe as maçãs para a assadeira, alisando-as com uma espátula, em camada única. Numa tigela grande, junte os ovos inteiros e o açúcar, e bata bem até misturar. Acrescente o creme de leite, a essência de baunilha e a canela restantes, e bata até misturar. Derrame sobre as maçãs na assadeira. Leve a assadeira ao centro do forno e asse até a superfície ficar bem dourada (30 a 45 minutos). Não asse por menos tempo, porque a sobremesa não vai ficar crocante, mas, sim, encharcada. Sirva em fatias, acompanhadas de sorvete de creme ou chantilly. A sobremesa é melhor se servida no dia em que é feita, porque os sabores delicados desaparecem.

Fonte: Livro "Minhas receitas da Provence", de Patricia Wells.

Goulash à moda húngara

O autêntico goulash (significando, em húngaro, comida de vaqueiros) era preparado pelos pastores com carne de vaca cozida, cebolas, banha de porco, pimentão (variante páprica), cominho e pimenta. Originado na Hungria, o goulash é hoje popular também na Áustria e, em geral, em toda a extensão do antigo império austro-húngaro.

Eu já tinha feito essa receita há mais tempo, e foi um sucesso, assim como esta segunda vez. Cortando os ingredientes em pedaços pequenos e adicionando mais caldo, pode-se servir o goulash como um deliciosa sopa de inverno.

(para 6 pessoas)

Ingredientes


1/2 kg de cebolas picadas grosseiramente
3 dentes de alho picados
5 colheres de sopa de manteiga ou margarina
900g de alcatra cortada em cubos (ou músculo, pá, acém)
2 colheres de sopa de páprica doce
1/2 colher de sopa de páprica picante
1 colher de chá de cominho em pó
Sal e pimenta do reino
1 litro de caldo de carne
2 pimentões vermelhos médios sem pele e sem sementes, cortados em tiras
3 tomates grandes sem pele e sem sementes, cortados em 4
400g de batatas sem casca cortadas em cubinhos

Modo de preparo

Em uma panela grande, aqueça uma colher de manteiga. Coloque uma parte da carne, sem que a panela fique muito cheia. Frite os cubos até dourar um pouco. Repita essa operação até dourar toda a carne. Reserve. Junte o restante da manteiga e doure um pouco a cebola e o alho. Acrescente a carne, polvilhe com a páprica  e o cominho e mexa bem. Tempere com sal e pimenta. Tampe e cozinhe em fogo baixo por duas a três horas, acrescentando caldo à medida que a carne for secando. 30 minutos antes de terminar o cozimento, acrescente o pimentão, o tomate e a batata, sempre regando com mais caldo se for preciso.

Dica: pode-se prepará-lo com um dia de antecedência, como eu fiz, e aquecê-lo no momento de servir. Aliás, como todo cozido, fica até mais gostoso. 

Fontes: Wikipedia e "O grande livro de receitas de Cláudia".

Salada de folhas verdes ao vinagrete

(8 porções, como entrada)

Ingredientes

1 pé de alface grande, de qualquer tipo, as folhas lavadas e secas
2 colheres de sopa de suco de limão espremido na hora
2 colheres de sopa de vinagre de vinho xerez de boa qualidade
1 colher de chá de mostarda de Dijon
Sal e pimenta do reino moída na hora
1/4 de xícara de chá de azeite de oliva

Modo de preparo

Rasgue as folhas da alface em pedaços e arrume-as numa saladeira grande. Numa tigela pequena, misture o suco de limão, vinagre, mostarda e sal a gosto; bata com um garfo para misturar. Junte pimenta do reino a gosto e, devagar, o azeite. Bata novamente com o garfo. Prove e ajuste o tempero. Derrame sobre as folhas de alface, mexa bem e sirva.

Fonte: Livro "Cozinha de bistrô", de Patricia Wells.

Confit (conserva) de tomate e pimentão vermelho

A receita que eu usei, do livro "Minhas receitas da Provence", da Patricia Wells, era só de tomates. Como eu tinha um pimentão vermelho dando sopa por aqui, resolvi fazer a conserva com os dois. Na verdade, esse é o famoso tomate seco, que consiste em assar os tomates frescos durante horas, em forno bem baixo, até que quase toda a umidade evapore. É importante ajustar o forno no calor o mais baixo possível, cerca de 90ºC, para que os tomates se derretam mais do que assem. Depois, é só guardar em um vidro vedado, com o caldo de cozimento e azeite de oliva, e levar à geladeira por até uma semana.

Mas porque o nome confit? A palavra francesa para "conservado" designa uma técnica de cozimento em que a carne é primeiro salgada por um dia ou mais, depois enxaguada e cozida suavemente em gordura até amaciar, em seguida esfriada e gelada na gordura de cozimento. Qualquer carne que se beneficie de um cozimento lento, como pato, ganso e porco pode receber esse preparo. De maneira geral, tudo que chamamos de confit foi feito em conserva. Daí o nome deste prato.

Ingredientes

4 tomates, grandes e frescos, sem pele nem sementes, cortados em quartos, no sentido do comprimento
1 pimentão vermelho grande, sem pele nem sementes, cortado em pedaços similares aos do tomate em tamanho
Sal e pimenta do reino moída na hora, a gosto
Uma pitada de açúcar de confeiteiro
2 galhos de tomilho fresco, sem os raminhos
4 dentes de alho, grandes e frescos, descascados e em fatias
2 colheres de sopa de azeite de oliva extravirgem

Modo de preparo

Preaqueça o forno o mais baixo possível, cerca de 90ºC. Arrume os pedaços de tomate e pimentão, lado a lado, em uma assadeira grande. Polvilhe ligeiramente cada lado com sal, pimenta do reino e açúcar de confeiteiro. Espalhe por cima as folhas de tomilho e coloque uma fatia de alho sobre cada pedaço. Regue com azeite. Leve ao forno e cozinhe por cerca de uma hora. Vire os pedaços de tomate e pimentão, regue-os com o caldo formado e cozinhe por mais uma hora, até que fiquem macios e reduzidos. Retire do forno e deixe esfriar completamente. Coloque em um vidro, junto com o caldo do cozimento e azeite de oliva. Vede bem e leve à geladeira por até uma semana. Use em saladas, sanduíches e massas.



Fontes: Livros "Minhas receitas da Provence", de Patricia Wells, e "Elementos da culinária de A a Z", de Michael Ruhlman

Independência ou.. cerveja!

Os encontros da Taberna do Vale sempre me inspiram a organizar reuniões que harmonizam comida e cerveja. Com o segundo encontro, realizado no dia 4 de setembro, não foi diferente. No feriadão da Independência preparei um almoço especial para harmonizar com as cervejas adquiridas na Taberna no sábado anterior. A ocasião era especial porque iríamos provar, pela primeira vez, a cerveja Extra Special Bitter (ESB) que fizemos no curso de fabricação.

Para petiscar, servi um confit (conserva) de tomate e pimentão vermelho com um pãozinho para acompanhar, além de cervejas pilsen, como a ótima Wals.



De entrada, salsichão branco com mostarda de curry, acompanhada de salada de folhas verdes ao molho vinagrete. Simplesmente sensacional com a Carolweiss, de trigo.


O prato principal foi um legítimo goulash à moda húngara. De origem camponesa, o nome significa carne de vaqueiro. Com a ESB ficou fantástico!!! E a nossa cerveja ficou excepcional, uma das melhores já produzidas nos cursos da Taberna, segundo o professor Felipe Viegas.


A sobremesa foi uma torta de maçã, feita com três variedades da fruta e creme de ovos, creme de leite, açúcar, baunilha e canela, servida com sorvete de creme e cerveja Taberna Porter. Ah, o minibis também entrou na jogada para combinar com a porter.


Almoço inesquecível!! As receitas seguem nos próximos posts.

Segundo Encontro dos Amigos da Taberna do Vale

No dia 4 de setembro, participamos mais uma vez do Encontro dos Amigos da Taberna do Vale, que conseguiu superar a primeira edição. Mais organizado e com o atendimento eficiente do Felipe Viegas, o evento contou com novas e excelentes harmonizações.


Mise en place do chef Uriel: os maravilhosos molhos, prontos para serem usados nos pratos da noite

Além de repetir os petiscos campeões do primeiro encontro, como a imbatível costelinha ao molho barbecue, a dupla Felipe e Uriel apresentou novidades.


A grande criação foi o Maki Taberna, de salmão, abacaxi, cream cheese, rúcula e a conserva secreta da Taberna, feito sob medida para harmonizar com a Carolweiss Hefe Weiss.




O Caldo Bávaro, primo do cassoulet francês, foi o melhor prato para mim. A combinação de feijão branco, batata, weisswurst, kassler e bacon foi perfeita. Harmonizado com a Taberna Porter então...



As outras novidades foram o bolinho de bacalhau e a isca de frango na páprica picante ao molho de amoras, que também estava uma delícia!!


Harmonizamos com uma novidade da casa, a Taberna Summer Ale, uma inglesa de verão, clara, com um leve amargor dos lúpulos especiais utilizados.


Também pedimos as iscas de contra-filet ao molho cítrico picante, que já havíamos provado e aprovado no primeiro encontro. Harmonizamos com a Carolweiss Weizenbock e com a Abadia das Gerais Tripel.




O Felipe ainda apresentou um desafio para os convidados: encarar essa bota inteirinha! Calma, não precisava ser sozinho, podia ser em grupo! Teve gente que animou e levou o copo pra casa.


Vamos ver o que a Taberna vai aprontar para o Terceiro Encontro!!!!!

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Belo Horizonte Restaurant Week


De 20 de setembro a 3 de outubro, acontece a primeira edição do Restaurant Week em BH, festival gastronômico que nasceu há 18 anos em Nova York e, desde então, acontece em mais de 100 cidades ao redor do mundo.

Em sua edição de estréia, o Belo Horizonte Restaurant Week terá a participação de 30 restaurantes, bem menos do que os 210 da versão paulistana, que aconteceu entre 30 de agosto e 12 de setembro. Tomara que o evento se consolide por aqui e atraia um número maior de restaurantes nas próximas edições.

O objetivo é democratizar o acesso à alta gastronomia. Cada restaurante tem a liberdade de criar o menu de sua escolha, oferecendo duas opções de pratos para a ocasião. Entrada, prato principal e sobremesa terão um preço fixo. No almoço, a refeição custa R$ 27,50 + R$1,00 e, no jantar, R$ 39,00 + R$1,00 - couvert, bebidas e 10% não estão inclusos no valor. Este valor de acréscimo na conta será destinado a Casa de Apoio AURA, instituição seríssima que recebe crianças com câncer em tratamento na capital. A doação não é obrigatória e a quantia é uma sugestão, podendo o cliente doar o valor que quiser.

Para clientes Mastercard Platinum e Black, o evento oferece uma semana extra, entre os dias 13 e 19 de setembro. Atenção, alguns restaurantes já estão fazendo reservas.

Confira abaixo a lista das casas participantes, organizada pelo jornalista Eduardo Girão, do Estado de Minas, e publicada em seu blog. Os menus completos podem ser vistos aqui, clicando no botãozinho vermelho abaixo do nome de cada restaurante.

À Mesa Bistronomique
Cozinha contemporânea. Só jantar.
Rua Boa Esperança, 306, Sion. (31) 3221-5541.

Applebee's
Cozinha norte-americana. Almoço e jantar.
Rodovia BR 356, 3.049, lojas NL 45 e 46, BH Shopping, Belvedere. (31) 3286-2450.

Badejo
Peixes e frutos do mar. Só jantar.
Rua Rio Grande do Norte, 836, Savassi. (31) 3261-2023.

Bistrô da Matilda
Cozinha francesa. Só jantar.
Avenida Quinta Avenida, 739, Condomínio Vale do Sol, Nova Lima. (31) 3541-4197.

Bistrô Verde Essencial
Cozinha variada. Almoço e jantar.
Rua Expedicionário José Assunção dos Anjos, 900, São Luiz. (31) 3427-1679.

Café e Bistrô Sagrado
Cozinha variada. Almoço e jantar.
Rua Santa Catarina, 1481, Lourdes. (31) 3291-0082.

Chez Bastião
Cozinha variada. Só jantar.
Rua Alagoas, 642, Funcionários. (31) 3261-5694.

D`Istinto
Cozinha italiana. Só jantar.
Rua São Domingos do Prata, 405, Santo Antônio. (31) 3223-5327.

Devassa
Cozinha variada. Almoço e jantar.
Avenida Getúlio Vargas, 809, Funcionários. (31) 3223-2356.

Fabbrica Spaghetteria
Cozinha italiana. Almoço e jantar.
Rua Felipe dos Santos, 27, Lourdes. (31) 3275-3365.

Fabbrica Spaghetteria
Cozinha italiana. Almoço e jantar.
Rodovia BR 356, 3.049, lojas NL 33 e 36, BH Shopping, Belvedere. (31) 3264-2540.

Feliz
Cozinha variada. Almoço e jantar.
Rua Pium-I, 554, Sion. (31) 2516-8322.

Ficus
Cozinha variada. Só jantar.
Rua Felipe dos Santos, 162, Lourdes. (31) 3225-4007.

Haus München
Cozinha alemã. Só jantar.
Rua Juiz de Fora, 1.257, Santo Agostinho. (31) 3291-6900.

Hermengarda
Cozinha brasileira contemporânea. Só jantar.
Rua Outono, 314, Sion. (31) 3225-3268.

La Pasta Gialla
Cozinha italiana. Almoço e jantar.
Rua Levindo Lopes, 96, Funcionários. (31) 2515-9696.

La Traviata
Cozinha italiana. Almoço e jantar.
Avenida Cristóvão Colombo, 282, Funcionários. (31) 3261-6392.

La Milonga
Cozinha argentina. Só jantar.
Rua Francisco Deslandes, 10, Anchieta. (31) 3282-2715.

Maharaj
Cozinha indiana. Só jantar.
Rua Paraíba, 523, Funcionários. (31) 3055-5444.

Maio Bar Cozinha
Cozinha contemporânea. Só jantar.
Rua Santa Catarina, 631, Lourdes. (31) 2526-0360.

Matusalém
Cozinha baiana. Almoço e jantar.
Avenida General Olímpio Mourão Filho, 169, Planalto. (31) 3447-9973.

Dádiva
Cozinha contemporânea. Almoço e jantar.
Rua Curitiba, 2.202, Lourdes. (31) 3292-9810.

Provincia di Salerno
Cozinha italiana. Almoço e jantar.
Rua Maranhão, 18, Santa Efigênia. (31) 3241-2205.

Saatore Ristorante
Cozinha italiana. Almoço e jantar.
Avenida Álvares Cabral, 1.171, Lourdes. (31) 3339-3180.

Storica Grill
Cozinha variada. Só jantar.
Avenida Getúlio Vargas, 900, Savassi. (31) 2516-1616.

Tavola
Pizza. Só jantar.
Avenida Luiz Paulo Franco, 301, Belvedere. (31) 3226-9277.

The Art from Mars
Cozinha contemporânea. Só jantar.
Rua Rio de Janeiro, 1.930, Lourdes. (31) 3337-9116.

Tradição de Minas
Cozinha mineira. Almoço e jantar.
Avenida Cristiano Machado, 4.000, União. (31) 3426-3989.

Via Destra
Cozinha italiana. Só jantar.
Avenida do Contorno, 3.588, Santa Efigênia. (31) 3214-0934.

Vinicius
Cozinha italiana. Só jantar.Rua Pium-I, 1.259, Sion. (31) 3879-0248.

Notem que (1) o restaurante Matusalém mudou de endereço (agora ocupa o ponto do extinto Orai Por Nós, no Planalto), (2) as duas unidades da Fabbrica Spaghetteria (Lourdes e BH Shopping) contam como duas casas, (3) o menu do Badejo inclui lagosta, (4) na Tavola a pizza do menu do evento tem tamanho padrão (não é brotinho), (5) o Bistrô da Matilda é a única casa que não fica em BH (está no condomínio Vale do Sol, em Nova Lima, na saída para o Rio), (6) o Feliz também mudou de endereço (número 554 da mesma rua, a Pium-I) e que (7) várias dessas 30 casas já oferecem menus promocionais e descontos paralelamente (os menus bistronômicos do Feliz, D'Istinto e do Hermengarda; o desconto de 50% do Applebee's à tarde; a quinta bistronômica e sem rolha do À Mesa Bistronomique etc), ou seja, avalie o que é mais interessante de acordo com seu perfil.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Ambrosia Relâmpago

Ah, a ambrosia. Quem resiste a esse doce maravilhoso, feito a base de leite, açúcar e ovos? Eu adoro! Como nunca tinha feito antes, fui à procura da receita, e vi algumas que demoravam até quatro horas para ficarem prontas. No livro "Quentes & Frios", da Maria Stella Libânio Christo, achei a Ambrosia Relâmpago. Era justamente o que eu precisava, em poucos minutos a sobremesa estava pronta. O sabor ficou igualzinho às ambrosias que eu já experimentei, no entanto, a consistência, não. A minha ficou bem levinha, mas não ficou com aquele "caldinho", talvez seja interessante colocar mais leite do que pede a receita.. Bom, para ambrosia relâmpago, ficou bom demais! Esqueci de tirar a foto antes de servir, então, vai a foto do pedacinho que sobrou.

Ingredientes


1 lata de leite condensado
1/2 lata de leite
4 ovos
canela em pó a gosto

Modo de preparo


Misture o leite condensado com o leite e leve ao fogo até ferver. Bata as claras em neve, junte as gemas e bata mais um pouco. Derrame sobre o leite fervendo e deixe ferver em fogo baixo. Os ovos deixam uma espuma na superfície; logo que a parte inferior dessa espuma estiver cozida, vire com a espumadeira, partindo em pedaços. Junte a canela em pó. Deixe ferver alguns minutos até adquirir consistência cremosa. Coloque em um vasilhame de vidro e deixe esfriar. Em seguida, leve à geladeira.

Risoto de linguiça com queijo canastra e couve

Toda vez que a minha irmã Teresa, que mora na França, vem a BH, ela enumera uma série de "desejos", que são prontamente atendidos. Na lista sempre tem salgadinhos como coxinha, pastel e empadinha, que simplesmente não existem na Europa. Também entram os docinhos, como cajuzinho, canudinho de doce de leite e casadinho. Na última vez em que ela esteve por aqui, no mês passado, perguntei o que ela queria que eu cozinhasse, e ela disse: risoto!! O risoto é uma especialidade italiana, e não brasileira, muito menos mineira! Para não fugir do regional, resolvi fazer uma receita com linguiça e queijo canastra, inspirada em uma que vi outra dia no programa Terra de Minas, da TV Globo. No entanto, mudei algumas coisas no modo de preparo e inclui couve, para dar uma colorida. Ficou divino!!! De sobremesa, preparei ambrosia, outro prato tipicamente mineiro. A receita da ambrosia segue no próximo post.

Risoto de linguiça com queijo canastra e couve
 

Ingredientes
(para seis pessoas)


500 g de arroz arbóreo
1 cebola grande picada
2 dentes de alho picados
1 colher de sopa de azeite
400 g de linguiça de pernil em rodelas
Tomilho e alecrim frescos picados, a gosto
1 xícara de vinho branco seco
100 g de couve picada em tirinhas (mais ou menos 2 folhas)
200 g de queijo canastra curado ralado grosso
3 colheres de sopa de manteiga
Sal e pimenta do reino a gosto
1 pimenta dedo de moça picada sem semente
1 a 1,5 litro de caldo de frango

Modo de preparo

Aqueça uma panela de boca larga e adicione o azeite. Aqueça bem. Junte a linguiça e deixe fritar até dourar um pouco. Se ela soltar água, espere secar. Reserve. Refogue o alho e a cebola em uma colher de manteiga. Acrescente o arroz arbóreo e refogue por um minuto, mexendo sempre. Adicione o vinho e deixe o álcool evaporar. Acrescente a linguiça frita. Coloque uma concha de caldo de frango (mantido quente ao lado da panela do risoto) e mexa constantemente. Repita a operação até que o arroz esteja quase cozido, depois de mais ou menos 18 a 20 minutos. Acrescente a couve, as ervas e continue mexendo. Adicione o queijo canastra e o resto da manteiga. Junte a pimenta dedo de moça picadinha. Tempere o arroz a gosto com sal e pimenta do reino. Sirva.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Pudim de abóbora com calda de rapadura e alecrim

No jantar capitaneado por Isabella Christo, neta de dona Stella Libânio Christo, foi servido um delicioso pudim de abóbora. Nunca tinha experimentado, e fiquei encantada com o sabor. Ainda bem que recebi a receita, que compartilho aqui.

Ingredientes

3 xícaras de chá de abóbora cozida
4 a 5 ovos (vai depender do tamanho do ovo)
3 xícaras de chá de creme de leite fresco
2 colheres de sopa de manteiga
2 xícaras de chá de açúcar
cravo e canela a gosto
1 ramo de alecrim
melado de rapadura

Modo de preparo

Aromatizar o creme de leite com cravo e canela. Coar. Juntar o creme de leite aos outros ingredientes, menos o alecrim e a rapadura, e bater no liquidificador. Em separado, ferver o melado de rapadura com o alecrim. Coar. Enformar o pudim em forma untada com manteiga ou com a calda de rapadura. Levar ao forno em banho maria por 35 minutos. Temperatura do forno: 150ºC.

Jantar de gerações da família Christo


No dia 19 de agosto, tive a honra de conhecer uma das grandes damas da gastronomia mineira, Maria Stella Libânio Christo. Conhecida por seus livros de culinária, e também por ser a mãe do Frei Betto, ela publicou o primeiro volume na década de 70, levantando a bandeira a favor da comida mineira, quando, segundo ela, “só se falava em novidades estrangeiras à mesa”.

Dona Stella foi acompanhar os passos da neta, Isabella Christo, que junto com as sócias do Buffet Petit Pois Gourmet comandou as panelas no jantar de lançamento da quinta edição da Revista Sabores, no Espaço Cento e Quatro, no Centro de Belo Horizonte. A publicação, editada anualmente, trata a culinária pelo enfoque histórico, valorizando a cultura e difundindo estudos. A revista é fruto de parceria entre o empresário e organizador do Festival de Cultura e Gastronomia de Tiradentes, Ralph Justino, com a jornalista e fotógrafa Inês Rabelo.

O tema deste volume segue a temática “Mulheres”, assim como a edição de 2010 do Festival de Tiradentes, que aconteceu em agosto. O conteúdo desdobra-se a partir da palavra origem enquanto primeira manifestação, começo, princípio e procedência. A partir daí, a revista aborda o papel das mulheres nas cozinhas e o produto de qualidade. Destaco os ótimos textos que versam sobre a história da agricultura brasileira, a importância da mandioca na alimentação do nosso povo, as frutas típicas nacionais, além de dois produtos que formam a identidade de Minas: o café e o queijo artesanal.

Dona Stella

Voltando à Dona Stella e ao jantar, quando soube que iria me encontrar com ela, peguei com a minha mãe o seu primeiro livro, Fogão de Lenha, de 1977. Quem não tem, deve dar um jeito de adquirir um exemplar. A publicação, ilustrada com desenhos de Debret, é recheada de cultura, poesia, segredos, dicas, receitas que ela conseguiu no Arquivo Público, datadas do séc. 18, e até do que mais gostavam 41 personagens importantes de nossa história como Machado de Assis, D. Pedro II, Rui Barbosa, Guimarães Rosa, Lacerda, Procópio Ferreira, Carlos Drummond.

Para a minha alegria, no jantar sentei-me em uma mesa ao lado da dela, e logo levei o livro para ser autografado. Rapidamente ela correu para a primeira página, e encontrou o que procurava. Dona Stella me disse que somente a primeira edição do livro reproduz páginas do caderno de receitas de sua mãe, repassado a ela.


A escritora me advertiu que eu olhasse com atenção as receitas do livro, porque as mesmas continham alguns erros. “O livro foi revisado por padres da editora Vozes, que não entendiam nada de culinária”, explicou. Com aquela letra desenhada das avós de antigamente, dona Stella escreveu a seguinte dedicatória:
“Para Clara, as receitas das vovós mineiras, com carinho e amizade. Maria Stella”


Ainda conversamos um pouco, trocamos algumas impressões. A sabedoria daquela senhora de 92 anos me comoveu e provocou boas risadas. Eu perguntei se somente a neta Isabella seguia seus passos, ou se algum dos oito filhos também sabia cozinhar, no que ela me respondeu: “Minhas filhas não cozinham muito, mas depois de casadas tiveram que aprender alguma coisa. Hoje em dia as mulheres tem que se virar, porque comer em restaurante todo dia, não há casamento que agüente!” Ela ainda completou: "o Betto faz um camarão maravilhoso, mas homem, você sabe como é, quando aprende a fazer três ou quatro receitas, já acha que sabe cozinhar”.

Jantar

Os filhos podem não ser lá essas coisas no trato com as panelas, mas a neta sabe o que faz, e deixou a avó orgulhosa. O jantar estava delicioso! De entrada, os excelentes frios da Salumeria Chiari e carpaccio de abobrinha, cortada em rodelas bem fininhas e temperada com pimenta calabresa.


Depois, veio um creme de ervilha de sabor bem leve e sutil, acompanhado com um bolinha de queijo de cabra quente. Ótimo!


O terceiro prato foi uma salada de folhas com queijo de cabra crocante, empanado como o queijo pachá, temperada com redução de rapadura com raspas de limão capeta. Harmonização perfeita de ingredientes.


O mini tropeiro chegou em seguida, coberto por um ovo de codorna estrelado, no ponto que eu gosto, com a gema mole!


O prato principal foi um delicioso frango ao açafrão da terra sobre leito de purê de mandioca, guarnecido com quiabo, crisp de couve e broto de feijão.


Para finalizar, as sobremesas: creme de milho e ervilha com crocante de café e pudim de abóbora com calda de rapadura e alecrim, misturas inusitadas que deram muito certo. No próximo post coloco a receita do pudim.


“Comida mineira é a alma de nosso agasalho. É o elo da família em torno da mesa. É saudade e descontraimento, é lembrança de infância. Esperança. Eterna esperança. Humilde e sagrada páscoa das grandes esperanças”. Maria Stella Libânio Christo (Fogão de Lenha, 1977)