No último final de semana, Bruno e eu concluímos o curso de produção teórica e prática de cervejas especiais da Taberna do Vale, que foi simplesmente delicioso e inspirador. Na primeira parte, o professor Felipe Viegas deu uma aula teórica, explicando o processo e todas as etapas envolvidas na produção. No dia seguinte, colocamos em prática o que havíamos aprendido, e fizemos a nossa ESB, Extra Special Bitter, representante da escola inglesa.
Dá pra se sentir um verdadeiro alquimista, mexendo aquele panelão.
A cada adição de um ingrediente novo, descobríamos novos aromas e cores. Inebriante o cheiro dos maltes de cevada, e também o do lúpulo, logo depois de ser adicionado ao mosto.
O processo em si não é complicado, mas a coisa pega nos detalhes. Tudo começa com a definição do estilo de cerveja que será produzido, e da receita. É semelhante à elaboração de comida, mas com diferenças fundamentais, que exigem atenção redobrada. Na cozinha, podemos provar o que está sendo feito, o que nos permite corrigir quantidades e temperos, ajustar o tempo do cozimento.
No caso da cerveja, você só saberá o resultado, se a receita ficou boa ou não, quando o produto estiver acabado, depois da brasagem e de dias ou até meses de fermentação. Por isso mesmo, é muito mais desafiador e, ao mesmo tempo, extremamente recompensador.
Malte moído na panela de brasagem
A brasagem consiste em macerar os grãos e embebê-los em água quente, passando por uma escala de temperaturas e drenando, então, o mosto. O processo promove a sacarificação, que é a conversão do amido em açúcar.
Aprendemos que na brasagem é essencial controlar a consistência e a estabilidade da temperatura
No final da brasagem, fizemos o teste do iodo para ter certeza de que todo o amido foi convertido em açúcar
Bombeando o mosto filtrado para a Tina de Fervura
Adição de lúpulo, uma etapa da fervura que deixa o ambiente altamente perfumado
Resfriamento do mosto, com a ajuda de um trocador de calor, e transferência para a bomba de fermentação
Trub, sedimento de material coagulado e do lúpulo fica depositado no fundo da caldeira
Inoculando as leveduras responsáveis pela fermentação
Durante a semana, as leveduras metabolizaram os açúcares do mosto e os transformaram em álcool e em CO2. A cerveja foi então resfriada para maturação. Nesta etapa, as leveduras refinam o sabor da cerveja e se assentam no fundo do tanque de fermentação. Foi o que constatamos ao chegar à Taberna no final de semana seguinte para envasar a nossa produção.
Tudo pronto, aprendemos a sanitizar as garrafas e a envasar utilizando a técnica de priming, que é o método de adicionar um pouco de açúcar antes de engarrafar para fazer a carbonatação da cerveja.
Felipe envasando a Taberna ESB
Maravilha a cor da nossa filhota
Agora, é só esperar a refermentação na garrafa, que demora no mínimo uma semana, para experimentarmos a inglesinha.
A nossa produção estreou o kit que está sendo vendido aos alunos do curso que realmente decidirem fazer cerveja em casa. Os equipamentos, com tecnologia desenvolvida pela Taberna, funcionaram maravilhosamente, deixando felizes o professor e os futuros cervejeiros.
Saímos de lá com o nosso diploma, certos de que ainda temos muito a aprender, mas ávidos para começar a produzir as nossas cervejas. Espero que em breve este sonho se torne realidade.
Quem quiser saber mais sobre as cervejas especiais deve assistir ao documentário exibido recentemente no Programa Planeta Minas, da Rede Minas, que contou com a participação da Taberna do Vale e de diversos atores do mundo cervejeiro.
Acesse e veja através dos links abaixo:
http://www.redeminas.tv/centro-de-midia/planeta-minas/cervejas-especiais-1
http://www.redeminas.tv/centro-de-midia/planeta-minas/cervejas-especiais-2
http://www.redeminas.tv/centro-de-midia/planeta-minas/cervejas-especiais-3
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